Quem disse que os pés têm que estar bem assentes na terra? II
sábado, 30 de abril de 2011
sexta-feira, 29 de abril de 2011
- NY BY NIGHT-
É à noite que a vida acontece aqui, a cidade transpira de pessoas, de ruídos que se sobrepõem e se misturam com odores, risos e passos, passos que nunca se detêm, corpos que não chegam a descansar . É à noite que se decide que não voltará a haver dia porque é com o encadear das luzes dos outdoors que bate a euforia, que o coração acelera e se descompassa, é com o encadear das luzes que surge o desvario de roubar um beijo a quem deixa escapar um sorriso, ou de roubar uma vida a quem resiste e não se entrega ou simplesmente não entrega os trocos que leva no bolso.
É da ilusão de que é preciso não deixar nascer o dia que se alimenta a euforia, que se adia a tormenta que há-de vir e assim se viaja à noite e se dá a volta ao mundo numa trip de oitenta horas seguidas sem ir à cama, sem poder fechar os olhos, para que não hajam traições, para que da noite não se faça dia!
Nota : Eu adorei visitar NY ;)
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quinta-feira, 28 de abril de 2011
Quero caminhar...
mas enfraquece-me
o calor com que recordo
o deambular do teu olhar translúcido
como dedos mansos perscrutando
a imensidão de caminhos
que se percorrem poro a poro
como pássaro pequeno
debicando aqui e ali
como grão de areia
perdido na imensidão
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terça-feira, 26 de abril de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Sonho mau!
Hoje sonhei com a noite enquanto ainda amanhecia, abriam-se fendas nos caminhos que em angústia percorria, não sonhei com pássaros ou com ternas melodias, fez-se-me assim escura a alma repentinamente, chorou-me o corpo por inteiro perdido dos sentidos, esqueci-me do meu norte e rodopiei sobre o vazio, fugiu-me assim o chão debaixo dos pés gelados, queria correr e só o coração galopava no meu corpo parado, era o sonho da noite desinquieta e angústiada, era o desejo de amanhecer que não se concretizava...
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domingo, 24 de abril de 2011
- Páscoa-
Deste 'tempo' que não consigo explicar, fica-me a imensidão deste céu repleto de espaços de silêncio, de procura de infinito e de paz ...
Dou a todos vocês uma mão cheia deste momento assim pacificado pelo meu olhar...
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Páscoa
Queria fazer-me rio
e percorrer-te assim
nessa forma
de caminhos ondulantes
de água fresca
que se solta
quando chega a ti
e desagua
nesse teu olhar
mar imenso
porto de abrigo
ancorado em mim...
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sábado, 23 de abril de 2011
sábado, 16 de abril de 2011
enquanto caía a tarde
queria chegar cedo
para te trazer com vagar
para te trazer com vagar
queria que os meus passos
fossem como silenciosos
pedaços de algodão
fossem como silenciosos
pedaços de algodão
para que conseguisses ouvir
o bater sereno do meu coração
o bater sereno do meu coração
para que sossegasses
e não te não deixasses perder
e não te não deixasses perder
na desconexão dos dias sem sentido
na angústia contagiosa
dos olhares que se esvaziam
dos olhares que se esvaziam
queria que o meu chegar
fosse bálsamo e sedativo
fosse bálsamo e sedativo
queria aplacar-te a angústia
com o arrepio da minha pele
com o arrepio da minha pele
queria ir chegando assim
ao cair da tarde
aos poucos sem ruído
sem pressa, com vagar
serenar-te caminhos
deixar-me ficar...
ao cair da tarde
aos poucos sem ruído
sem pressa, com vagar
serenar-te caminhos
deixar-me ficar...
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sexta-feira, 15 de abril de 2011
Fotografia consentida (o)
O sorriso que contagia e
se sente como um abraço
Nota : Esta postagem é extra e tem praticamente como única função provar ao Sr. Remus que eu não apanho as pessoas sempre por trás...;))
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quinta-feira, 14 de abril de 2011
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Não...
não me chegam os múrmurios
das noites quentes
trazidas pelos ventos
de memórias longínquas
preciso dos ventos e das noites
dos momentos do agora
preciso de aplacar as tormentas
que hoje se cravam na minha pele
que hoje me fazem frente
preciso dessa batalha corpo a corpo
entre mim e a vida que me desafia
preciso dessa luta desse gladiar
desse poder cair de rastos
para em seguida me levantar
e seguir um pouco mais...
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segunda-feira, 11 de abril de 2011
domingo, 10 de abril de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
quinta-feira, 7 de abril de 2011
PARABÉNS INÊS :)
Hoje faz 19 anos que nasceu
a minha primofilha!
E com ela o outro lado da vida
que eu não sabia que existia!
É uma alegria, é uma aflição
um calor no peito...
uma nova percepção
de nós próprios, da relatividade
e da precaridade do que antes
era tido como certo e sabido.
Muda a vida, muda tudo
fica-nos para sempre um acrescento
um redobrar de afectos, de emoções
de arrelias e de preocupações...
Nasce vida que nos perpectua
Nasce-nos um filho
que acrescenta vida à nossa vida...
Nota: Tenho muita pena de não ter permissão da aniversariante para pôr uma fotografia à altura...
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terça-feira, 5 de abril de 2011
segunda-feira, 4 de abril de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
Da importância da Música...
" (...) A mim emociona-me mais a música. É uma questão de idade, certamente. Acho que sei muita coisa de cor, já disse; fecho os olhos e consigo lembrar-me de muitas obras, ou fragmentos de obras...Se me levassem os livros todos, manteria muitos, todos os que tenho comigo, cá dentro. Já a música é-me absolutamente indispensável. Sem música poria termo à vida de imediato. A música é agora para mim, o mysterium tremendum. O que é a música afinal? Porque razão causa determinada reacção numa pessoa, e noutra algo completamente diferente? Não fazemos ideia de como funciona a música dentro de nós. Se passar por uma janela aberta, e lá dentro estiver alguém a tocar piano, a melodia que ouviu não o abandonará jamais. (...).
A música afigura-se-me como um extraordinário milagre. Os animais são capazes de produzir sons, os pássaros cantam, mas a música considero-a humana, profundamente humana, e não poderia jamais viver sem ela. Mais: o simples facto de poder ouvir música é uma recompensa inestimável (...)."
George Steiner
in Revista Ler - Março-2011
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sábado, 2 de abril de 2011
Enquanto te sonho
perco-te a essência
enquanto fecho os olhos
já te foste
sem barulho de passos
enquanto te sonho
já só és sombra esbatida
não sei sonhar-te
apenas viver-te
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sexta-feira, 1 de abril de 2011
Ainda a sabedoria de Steiner...
"(...) Ora , o problema do colapso económico, da provável redução dos nossos luxos, podem ter consequências muito boas. Quando as coisas estão mal, muito mal, as pessoas começam a ler com seriedade, a ler melhor. Ouve-se mais música, por exemplo. (...) Os nossos museus encheram-se também. (...) Antigamente os jovens não queriam vir aos museus. é difícil estar demasiado confiante, mas sinais como estes são muito interessantes e devemo-los ter em conta. Os jovens começam a ter fome de algo mais substancial do que a pastilha elástica momentânea da pop. Já foi assim. Durante a Guerra, a Blitz, as pessoas regressaram aos clássicos, leram-se os grandes romancistas vitorianos, os grandes poetas. Por isso me parece que as crises podem ter consequências e realizações muito importantes. (...)"
Revista LER, Março 2011
Revista LER, Março 2011
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