sábado, 17 de outubro de 2015

Marta e Maria...


Quando olhei para as minhas sobrinhas e 'pensei' o nome delas, lembrei-me imediatamente deste episódio da visita de Jesus a casa de Marta e Maria, descrito na Bíblia no Evangelho segundo S.Lucas. 
Independentemente das crenças e descrenças de cada um, fica uma história bíblica. Disse alguém que "O saber não ocupa lugar" .



«Quando iam de caminho, entrou ele (Jesus) em uma aldeia; e uma mulher chamada Marta hospedou-o. Esta tinha uma irmã chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, ouvia o seu ensino. Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e chegando-se, disse: Senhor, a ti não se te dá que minha irmã me tenha deixado só a servir? manda-lhe, pois, que me ajude. Mas respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e te ocupas com muitas coisas. Entretanto poucas são necessárias, ou antes uma só. Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada.» 

(Lucas 10:38-42)

5 comentários :

Remus disse...

E qual é a moral da história?
Que Maria era uma molenga, que preferia ficar a ouvir as conversas e as histórias dos outros, em vez de ajudar?
Que Marta, querendo receber bem os convidados, fez tudo que o estava ao seu alcance para os receber bem, mesmo não tendo a ajuda de ninguém?
Que se Marta também ficasse a fazer o mesmo que Maria, mais cedo ou mais tarde alguém iria pergunta: "Então não existe nada que se coma? Que raio de hospedagem é esta?"
Acho que tudo tem o seu tempo. Primeiro o trabalho, depois a confraternização. Se todos ajudarem nas tarefas domésticas, mais depressa elas ficam concluídas e mais depressa todos podem confraternizar.

Rute disse...

Remus

Remus

É engraçado as conclusões a que chegaste sobre esta episódio, porque uma vez, com as minhas filhas mais velhas, estivemos a debater esta questão e a minha filha Sofia, disse exactamente o mesmo que tu :)

Na minha opinião o cerne da questão não é esse. Jesus 'passou' grande parte das suas mensagens através de parábolas e histórias, neste caso particular, a de Marta e Maria. Quando Ele diz que Maria escolheu a melhor parte, quer dizer que Maria percebeu o que era o essencial, o mais importante, que neste caso era ouvir alguém que lhes levava uma mensagem nova e que estava ali de passagem, era um momento, uma oportunidade única. Ou seja, o estado da casa naquela ocasião era absolutamente irrelevante.
"O essencial é invisível para os olhos". ...portanto, mesmo que houvesse pó...

Beijinhos

Ana Freire disse...

A foto está linda... pudera, com estas modelos... a tarefa também fica facilitada...
Está explicado porque os políticos deste país não fazem nenhum... andam sempre atrás da melhor parte... e cá com uma devoção!... Brincando... para amenizar a coisa... gostava de levar a religião mais a sério... e respeito quem o faz... mas sendo agnóstica... sou sempre muito céptica a estas questões. Ainda hoje não entendo, porque o Evangelho segundo
Judas, é mantido em segredo... que contem grandes verdades... que se calhar dariam para abalar os fundamentos da fé cristã... quanto a mim, Judas foi mesmo um dano colateral, necessário, para erguer um culto, exaltando a sua traição... mas a verdadeira história... e o seu papel... afastou-se bastante, de modo como nos é contado... lá estou eu... sempre duvidando, de tudo...
Que se há-de fazer?...
Beijinhos
Ana

Rute disse...

Ana

Eu sou uma cristã cheia de dúvidas. Estive agora a reler a repostas que dei ao Remus e conclui que não disse exactamente aquilo que queria. Independentemente de se ser cristão, agnóstico ou ateu, as palavras que são estão descritas na Bíblia não podem ser interpretadas à luz da nossa cultura, pois foram escritas há 2 mil anos, mais coisa menos coisa. Depois foram escritas 30 ou 40 anos depois de Jesus ter morrido.
Existem vários evangelhos, entre ele o de Judas, e o que aconteceu é que foram escolhidos aqueles que foram considerados os mais fidedignos.
Quem me 'ouvir' há-de pensar que eu sou freira ou coisa do género...mas não, simplesmente tive uma mãe que tinha uma fé enorme e já bem adulta resolveu tirar o Curso básico de Teologia e depois apaixonou-se tanto pelo assunto que tirou o de Ciências religiosas. E de vez em quando falava-nos destes temas e era bom ouvi-la.
Religiões à parte penso que o mais importante é a mensagem de Cristo, independentemente de se acreditar que ele era filho de Deus ou um mortal com uma mentalidade muito à frente. A sua mensagem é intemporal e acaba por ser aquilo que todos nós queremos : AMOR, JUSTIÇA, IGUALDADE, CAPACIDADE DE PERDOAR E DE NÃO JULGAR. acho que podemos englobar tudo isto numa única palavra: AMOR!

beijinho

Ana Freire disse...

Sou mesmo distraída... esta resposta da Rute, tinha-me escapado...
Efectivamente, Amor... é o que une todas as religiões... e o que me torna céptica, são as formas que todas as religiões adoptam para o demonstrar...
Ainda esta semana passei os olhos, por um canal de cabo... falavam dos instrumentos de tortura da inquisição... tão bárbaros, quanto os actuais tipos de terrorismo praticados em nome de outra religião... decididamente... haverá muitas coisas entre o céu e a terra que não compreendo e respeito... acredito que deverá existir algo mais... mas não consigo acreditar nos deuses dos homens... nem em nenhuma das suas versões... mas acredito num Deus só meu... que se revela, em tudo o que vejo à minha volta... mais em actos, do que em convicções...
Faz-me imensa impressão ir a uma missa... ouvir lá dentro... ama o próximo como a ti mesmo... e a primeira coisa que vejo em muitas devotas convictas... é dizer mal de quem estava na fila da frente ou do lado... mal acaba a missa...
E a grande maioria das pessoas, é pura e simplesmente assim...
Mas reconheço que os fundamentos de todas as religiões... serão bons... embora quase nunca verdadeiramente respeitados, por grande parte dos seus seguidores...
Beijinhos, Rute!
Ana