terça-feira, 14 de junho de 2011


O tempo sucede-se em catadupas de dias que correm uns atrás dos outros sem me deixar espaço nenhum para te poder procurar naquele infinito de nuvem balanceante, sem ruídos, sem mágoas e sem horas para deitar contas à vida.
Espero ganhar coragem para contrariar essa quase inevitabilidade de me deixar levar para longe de ti e para fugir às rotinas que falsamente camuflam medos e fragilidades que sem me dar conta procuro esconder dentro da mochila, juntamente com as revistas e os livros que levo todos os dias para ler no café, durante o pequeno-almoço.
Penso que não hei-de desistir, mas sinto o peso da efemeridade dos momentos de plena robustez em que no meu horizonte já nos resgatei e me escondo contigo num desejo interminável de permanecermos para a eternidade.
E é em redor do sentimento de nós que extrapolo sobre o sentido do meu caminho, das minhas fragilidades e medos mais persistentes e daquela robustez que quando surge me parece inabalável!
Penso ainda outra vez que não hei-de desistir porque sinto entranhado na pele o desejo de continuar e de resistir àquilo que estranhamente me assusta mas que desconheço os meandros, o rumo e o sentido.
Às vezes não sei onde procurar-te e conectar-te com a realidade que eu própria procuro cegamente e que tantas vezes de real quase nada tem...
Mas nunca me deixo perder irremediavelmente porque os teus olhos acabam por se prender e confundir intemporalmente com os meus e por destronar arrepios escuros, noites de inquietação e a terrível angústia de a nada pertencer.

6 comentários :

João Menéres disse...

Fiz ontem ( Domingo ) um deslocamento posterior do vítreo, na vista esquerda.
E em Outubro, serei operado às cataratas.
Não devo abusar.
Os textos mais longos cansam-me demasiado.
Desculpa, RUTE.

Um beijo.

Rute disse...

João

Ora essa, é preciso é que se trate e fique bom depressa.

1 beijo e uma noite tranquila:))

Remus disse...

Existe algum comprimido ou chãzinho que se tome, para ganhar esta pica toda para escrever estes textos?
É que se houver, eu tomo!
:-)

Preto e branco muito bem controlado a nível de contraste.
Em termos de enquadramento, podia ter deixado as pessoas que aparecem no lado esquerdo «respirar» (dar mais margem para não ficarem coladas à margem da fotografia). Tirando isso, tudo nos trinques.

Rute disse...

Remus

...não há comprimidos nem nada...são os pensamentos que não me 'deslargam' e insistem em transformar-se em palavras, em frases, em textos...

A 'colagem' das pessoas à margem da foto foi um imperativo para poder endireitar a linha do horizonte;)

1 beijo:)

Helder Ferreira disse...

Muito bonito Rute! Como afinal nos tens habituado ;-)

Rute disse...

Helder

Obrigada:))...

1 beijo:)