terça-feira, 21 de dezembro de 2010

                               

 E porque estamos em época de Natal...





Esta é a História de Natal mais bonita que já li e que também já leram para mim. É um  conto para todas as idades, sem excepções!
É por isso mesmo que a quero deixar aqui para todos vocês que por aqui passam e que trocam comigo dois dedos de conversa, ou apenas um...não interessa! 
É PARA TODOS VOCÊS,  com os meus sinceros desejos de um Natal cheio de Paz e Serenidade, com tempo para parar e descansar um pouco...  :)

                                                                   ***



O CAVALINHO DE PAU DO MENINO JESUS


Quando soube que o Menino Jesus tinha nascido, o pai Natal ficou contentíssimo. Vestiu-se a correr, carregou o trenó com presentes e chamou as renas:
" Dasher, Dancer, Dunder... Venham depressa!"
quando a Mãe Natal, que fora às compras, chegou a casa, o Pai Natal já tinha atrelado as renas e estava pronto para parti.
"Aonde vais?", perguntou, surpreendida, a Mãe Natal. "ainda nem almoçaste..."
" Vou a Belém. Nasceu o Menino Jesus, é Natal!"
A Mãe Natal aproximou-se do trenó carregado até cima de presentes, pegou num grande embrulho e, abanando com a cabeça e suspirando fundo, virou-se para o Pai natal:
" Um computador? Não vês que os computadores ainda não foram inventados?..."
" Tens razão...Não me lembrei..."
" És muito distraído", disse a Mãe Natal. E, dirigindo-se de novo ao trenó:
" É melhor eu verificar os outros presentes..."
Com a alegria do nascimento do menino Jesus e com a vontade que tinha de o fazer feliz, o pai natal tinha carregado o trenó com os melhores presentes que encontrou: jogos de computador, um carro de bombeiros com telecomando, um comboio eléctrico, uma bicicleta...
" Que distraído, que distraído", Dizia a Mãe Natal enquanto ia tirando os presentes do trenó e os entregava aos Elfos para que os guardassem novamente.
    O Pai Natal estava muito envergonhado. Além disso, como a mãe Natal continuava a tirar presentes do trenó e a dizer " Que distraído! Que distraído!", começava a impacientar-se:
" Depressa, senão perco a estrela de Belém e não encontro o caminho!"
Finalmente a Mãe Natal descarregou o trenó. Depois foi buscar um belíssimo cavalinho de pau castanho e dourado, com arreios vermelhos:
 " Leva o cavalinho. Não há rapaz que não goste de um cavalinho de pau..."
- De repente hesitou, voltando-se de novo para o Pai Natal:
" Tens a certeza de que não é uma Menina Jesus...?
" Absoluta", disse o Pai Natal e gritou para as renas:
" Vamos, Dasher!, vamos Dunder e Blixem! Ohhooooo!..."
          O trenó levantou voo céu fora, a caminho de Belém. A Mãe Natal ficou a acenar até ele desaparecer  no horizonte. Depois pegou nos sacos das compras e entrou em casa.
                                                                 * * *

Do Pólo Norte a Belém é uma longa viagem. Ainda por cima, Vixen estava muito constipada e tossiu  e espirrou todo o caminho, tendo sido preciso parar várias vezes para ele tomar os remédios. Por isso, quando o Pai Natal chegou ao estábulo onde nascera o Menino Jesus e estacionou o trenó, já os camelos dos Reis Magos lá estavam, amarrados a grandes argolas.
   " Que pena", pensou o Pai Natal. " Os Reis Magos chegaram primeiro que eu..."
     Desceu do trenó, pegou no cavalinho de pau às costas e dirigiu-se para a porta do estábulo. Mas, à porta, os seguranças dos Reis Magos barraram-lhe a entrada:
   " Não se pode entrar", disseram-lhe, mal encarados, os guardas.
   " Mas...", disse o Pai Natal. " Trago um presente de Natal para o Menino Jesus..."
   " Seja o que for. Não pode entrar ninguém", repetiram os guardas, virando as costas.
    O Pai Natal ficou desolado. Viera de tão longe, com um presente tão bonito! Olhou em volta e teve, então, uma ideia. Dunder era muito alta e, com a sua ajuda e a de Blixem, subiu ao telhado do estábulo e meteu-se pele chaminé. Não foi fácil, porque o Pai Natal já não era um jovem e porque o cavalinho de pau era grande de mais. Mas, ao cabo de várias tentativas, o Pai Natal conseguiu por fim descer pele chaminé e, pé ante pé, sem que ninguém o visse, pôs o cavalinho no sapatinho do Menino Jesus.
    Quando se virou e viu o presente, o Menino Jesus ficou felicíssimo. Um cavalinho de pau! desinteressou-se imediatamente do ouro, do incenso e da mirra que lhe tinham trazido os Reis Magos. Eles ficaram um pouco decepcionados.  E quando o Menino Jesus adormeceu na manjedoura, Nossa Senhora procurou desculpá-lo :
   " Não façam caso, é uma criança...", disse ela aos Reis Magos.
   " Nós compreendemos, nós compreendemos", disseram Gaspar, Baltasar e Belchior. Mas lá no fundo achavam que um Deus, mesmo sendo apenas um menino, deveria ter apreciado prendas tão valiosas como as suas.
   " Afinal é o Rei dos Reis...", comentaram uns com os outros, já de regresso aos seus reinos. " Onde é que já se viu um Rei ficar tão feliz com um cavalinho de pau?"


                                                                ***

     O Menino Jesus nunca mais se separou do cavalinho de crina dourada. Pôs-lhe o nome de "Galope" e adormecia todas as noites abraçado a ele. E, quando a família fugiu para o Egipto, foi a única coisa que quis levar consigo, apesar de os seus pais terem insistido para que pensasse no seu futuro e levasse antes o ouro.
     No Egipto, longe de casa, sem amigos para brincar, " Galope" foi sempre o melhor e mais fiel companheiro do Menino Jesus.
     E, muitos anos depois, quando morreu na cruz, a sua última lembrança da Terra, antes de subir de novo ao Céu, foi aquele belíssimo cavalinho de pau de crina vermelha e arreios vermelhos.


História deManuel António Pina
Ilustrações de: Inês do Carmo



14 comentários :

Sérgio Pontes disse...

Passei para desejar Boas Festas!

Abraço,

Guida disse...

Que coincidência, contei ontem esta história aos meus meninos...
também gosto muito
Bom Natal para ti e para todos os que ontem me saudaram aqui
bjs

Rute disse...

Sérgio

Muito obrigada :)

Nunca tinha passado por aqui, pois não?

Desejo-lhe também uma Feliz Natal e próximo ano cheio de coisas boas :)

João Menéres disse...

Tás a ver, a GUIDA outra vez ?
Hiper real o que sobre ela ontem nos deste a conhecer.

O M.A.P. tem coisas espantosas.
E este conto traz um moral...

Ele já me fez um texto analítico para o catálogo de uma Exposição.

Pessoa interessantíssima, nem podes imaginar.

Um beijo.

Rute disse...

João

Eu entendo a beleza deste conto, precisamente pela moral que ele encerra. De facto parece que nós todos, no geral, perdemos a noção da real importância das coisas. Parece-me a mim, que as prioridades nesta nossa efémera vida, andam todas baralhadas!

O M.A.P., só pode mesmo ser uma pessoa muito interessante! Que sorte a sua João, em o ter tido a trabalhar consigo ( e vice-versa)

1 beijinho

João Menéres disse...

Escrevi : UM MORAL...
É : UMA MORAL !!!

Desculpem, sim ?

Remus disse...

Fiquei completamente deliciado com o conto (que não conhecia).
Muito obrigado.

E como não sei se vou ter a oportunidade de cá vir antes do Natal, quero aqui deixar os votos sinceros de um Feliz Natal, para si e para toda a sua ENORME família. :-)
Tudo de bom.

Rute disse...

Remus

Agradeço e desejo-te também um Feliz Natal, mas faço questão de ir até à tua 'casa' e deixar lá estes meus sinceros desejos :)

1 beijinho

Guida Palhota disse...

"E porque estamos em época de Natal...", venho aqui desejar-te uma mão cheia daqueles ingredientes que adoçam os dias das nossas vidas...

E ainda: enviar 6 beijos de Viseu,
cada um com seu Viriato dependurado

Rute disse...

Guida

Muito obrigada pelos teus desejos para mim! A ti, desejo o mesmo,mas em dobro, para que o próximo ano possa compensar-te um pouco destes últimos anos mais complicados.

Beijinhos para o Pedro, meninos e menina e um especial para ti

L.Reis disse...

E, de repente, lá estavas tu... (abençoado gato que te chamou de mansinho...) Quero desejar-te um Natal que fique desenhado na tua memória como um grande sorriso, único de tão belo...quero à mistura dizer-te "OBRIGADA" por todos os presentes em forma de palavras, que me dás...sorte minha, teres-me encontrado...sorte minha, ter-te encontrado...
Um grande beijo a luzir!

Rute disse...

Lina

Aqui entre nós houve gato...;) Agradeço todos os teus desejos para mim e retribuo. E quero ainda dizer-te que acabo este ano muito mais rica do que quando o iniciei, por ter ter encontrado através das imagens e das palavras tão especiais, tão carregadas de sentido.
Um grande, grande obrigada por isso e também por me teres 'apresentado' o JOÃO MENÉRES, que é outro ser humano muito especial e que também enriqueceu a minha vida.

Tudo de bom para ti e que continues a criar com o génio que te é característico :)

1 beijinho

mena disse...

com que então com a minha história? Ainda bem que gostou eu quando a comprei achei-a deliciosa...

Rute disse...

Mena

Delicioso, delicioso era vir até cá passar o Natal connosco!

1 beijinho