sexta-feira, 31 de dezembro de 2010



 2011 -  Novos voos !



Deitem no lixo o que já não presta
o que infecta e que fere cá por dentro
despeçam-se dos dias daninhos e cruéis
abram o peito a novos voos de liberdade
dêem espaço ao novo ano que já espreita
preparem  as mãos, o coração 
abram os braços à esperança...




A todos vocês que por aqui passam e já trago sempre comigo...
Desejo que realizem ...sonhos...
não precisam de ser muitos...
 ...mas que sejam os vossos...



quinta-feira, 30 de dezembro de 2010



Fragilidades do Tempo...


Fotografia de : José Talefe


Hoje passaram-se
todas as  horas do dia
vinte e quatro horas a fio
como se não houvesse amanhã!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


Espaço de (des) construção


É dentro dos espaços do meu vazio
que nasce a certeza do pulsar de uma vida
emergente desassossegada vacilante de si
numa busca contínua inundada pela incerteza
ofuscada pelo temor tacteando cautelosamente
a própria respiração intercutada por ondas de frio. 
É assim nesse espaço silencioso do meu vazio
que  renasce todo o prazer dos sentidos
onde me recrio em raios ferozes de sol abrasador
em ondas de novos abraços serenos e prolongados
em  olhos que se fixam nos meus olhos 
É de dentro do espaço do meu vazio
que me tranfiguro e reinvento
para mais tarde hibernar de novo
e procurar perscrutar dentro de mim
novos sentidos novos caminhos

terça-feira, 28 de dezembro de 2010


Só hoje...


Deixem-me ficar assim
a olhar esta imensidão de infinito
a beber com o olhar este mar eterno 
nesta minha condição de criança  despida
de tudo aquilo que ainda não aprendi




# Reposição de um post perdido...com os respectivos comentários!
As palavras, essas...sairam de outra forma...
acontece...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010






É na urgência das tuas mãos
que o meu corpo
se transforma em rio
queda de água livre
caminho serpenteado
percorrido e desenhado
É exactamente aí
 nas tuas mãos
que o meu corpo
despe o frio
a noite e o vazio

domingo, 26 de dezembro de 2010


O aroma da felicidade...



A felicidade que encontro
vai-me chegando de mansinho.
Ontem não passou aqui!
Hoje correu para mim
amanhã logo se verá...
Mas hoje abracei-a assim
tal como me chegou às mãos
apertei-a com toda a força
como dádiva de alegria
porque amanhã voltará? 
Será que sim?
Nada espero
Logo se verá...


sábado, 25 de dezembro de 2010



Que o Espírito do Natal
se derrame dentro de nós...


...e nos corra nas veias
durante todo o ano

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010





UM FELIZ NATAL PARA TODOS VOCÊS
QUE POR AQUI PASSAM E COMIGO PARTILHAM
PEDACINHOS DA MINHA E DA VOSSA VIDA!

ESTES MEUS DESEJOS PROLONGAM-SE NO TEMPO
PORQUE  ESTA FELICIDADE NÃO PODE SER DE UM SÓ DIA!
QUE ELA SE ESTENDA COM CUIDADO PARA O  ANO QUE SE AVIZINHA...

 UM BEIJO, UM ABRAÇO PARA TODOS E PARA CADA UM
           

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

                               

 E porque estamos em época de Natal...





Esta é a História de Natal mais bonita que já li e que também já leram para mim. É um  conto para todas as idades, sem excepções!
É por isso mesmo que a quero deixar aqui para todos vocês que por aqui passam e que trocam comigo dois dedos de conversa, ou apenas um...não interessa! 
É PARA TODOS VOCÊS,  com os meus sinceros desejos de um Natal cheio de Paz e Serenidade, com tempo para parar e descansar um pouco...  :)

                                                                   ***



O CAVALINHO DE PAU DO MENINO JESUS


Quando soube que o Menino Jesus tinha nascido, o pai Natal ficou contentíssimo. Vestiu-se a correr, carregou o trenó com presentes e chamou as renas:
" Dasher, Dancer, Dunder... Venham depressa!"
quando a Mãe Natal, que fora às compras, chegou a casa, o Pai Natal já tinha atrelado as renas e estava pronto para parti.
"Aonde vais?", perguntou, surpreendida, a Mãe Natal. "ainda nem almoçaste..."
" Vou a Belém. Nasceu o Menino Jesus, é Natal!"
A Mãe Natal aproximou-se do trenó carregado até cima de presentes, pegou num grande embrulho e, abanando com a cabeça e suspirando fundo, virou-se para o Pai natal:
" Um computador? Não vês que os computadores ainda não foram inventados?..."
" Tens razão...Não me lembrei..."
" És muito distraído", disse a Mãe Natal. E, dirigindo-se de novo ao trenó:
" É melhor eu verificar os outros presentes..."
Com a alegria do nascimento do menino Jesus e com a vontade que tinha de o fazer feliz, o pai natal tinha carregado o trenó com os melhores presentes que encontrou: jogos de computador, um carro de bombeiros com telecomando, um comboio eléctrico, uma bicicleta...
" Que distraído, que distraído", Dizia a Mãe Natal enquanto ia tirando os presentes do trenó e os entregava aos Elfos para que os guardassem novamente.
    O Pai Natal estava muito envergonhado. Além disso, como a mãe Natal continuava a tirar presentes do trenó e a dizer " Que distraído! Que distraído!", começava a impacientar-se:
" Depressa, senão perco a estrela de Belém e não encontro o caminho!"
Finalmente a Mãe Natal descarregou o trenó. Depois foi buscar um belíssimo cavalinho de pau castanho e dourado, com arreios vermelhos:
 " Leva o cavalinho. Não há rapaz que não goste de um cavalinho de pau..."
- De repente hesitou, voltando-se de novo para o Pai Natal:
" Tens a certeza de que não é uma Menina Jesus...?
" Absoluta", disse o Pai Natal e gritou para as renas:
" Vamos, Dasher!, vamos Dunder e Blixem! Ohhooooo!..."
          O trenó levantou voo céu fora, a caminho de Belém. A Mãe Natal ficou a acenar até ele desaparecer  no horizonte. Depois pegou nos sacos das compras e entrou em casa.
                                                                 * * *

Do Pólo Norte a Belém é uma longa viagem. Ainda por cima, Vixen estava muito constipada e tossiu  e espirrou todo o caminho, tendo sido preciso parar várias vezes para ele tomar os remédios. Por isso, quando o Pai Natal chegou ao estábulo onde nascera o Menino Jesus e estacionou o trenó, já os camelos dos Reis Magos lá estavam, amarrados a grandes argolas.
   " Que pena", pensou o Pai Natal. " Os Reis Magos chegaram primeiro que eu..."
     Desceu do trenó, pegou no cavalinho de pau às costas e dirigiu-se para a porta do estábulo. Mas, à porta, os seguranças dos Reis Magos barraram-lhe a entrada:
   " Não se pode entrar", disseram-lhe, mal encarados, os guardas.
   " Mas...", disse o Pai Natal. " Trago um presente de Natal para o Menino Jesus..."
   " Seja o que for. Não pode entrar ninguém", repetiram os guardas, virando as costas.
    O Pai Natal ficou desolado. Viera de tão longe, com um presente tão bonito! Olhou em volta e teve, então, uma ideia. Dunder era muito alta e, com a sua ajuda e a de Blixem, subiu ao telhado do estábulo e meteu-se pele chaminé. Não foi fácil, porque o Pai Natal já não era um jovem e porque o cavalinho de pau era grande de mais. Mas, ao cabo de várias tentativas, o Pai Natal conseguiu por fim descer pele chaminé e, pé ante pé, sem que ninguém o visse, pôs o cavalinho no sapatinho do Menino Jesus.
    Quando se virou e viu o presente, o Menino Jesus ficou felicíssimo. Um cavalinho de pau! desinteressou-se imediatamente do ouro, do incenso e da mirra que lhe tinham trazido os Reis Magos. Eles ficaram um pouco decepcionados.  E quando o Menino Jesus adormeceu na manjedoura, Nossa Senhora procurou desculpá-lo :
   " Não façam caso, é uma criança...", disse ela aos Reis Magos.
   " Nós compreendemos, nós compreendemos", disseram Gaspar, Baltasar e Belchior. Mas lá no fundo achavam que um Deus, mesmo sendo apenas um menino, deveria ter apreciado prendas tão valiosas como as suas.
   " Afinal é o Rei dos Reis...", comentaram uns com os outros, já de regresso aos seus reinos. " Onde é que já se viu um Rei ficar tão feliz com um cavalinho de pau?"


                                                                ***

     O Menino Jesus nunca mais se separou do cavalinho de crina dourada. Pôs-lhe o nome de "Galope" e adormecia todas as noites abraçado a ele. E, quando a família fugiu para o Egipto, foi a única coisa que quis levar consigo, apesar de os seus pais terem insistido para que pensasse no seu futuro e levasse antes o ouro.
     No Egipto, longe de casa, sem amigos para brincar, " Galope" foi sempre o melhor e mais fiel companheiro do Menino Jesus.
     E, muitos anos depois, quando morreu na cruz, a sua última lembrança da Terra, antes de subir de novo ao Céu, foi aquele belíssimo cavalinho de pau de crina vermelha e arreios vermelhos.


História deManuel António Pina
Ilustrações de: Inês do Carmo



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


 Parabéns Guida !

-1968-
É difícil escrever sobre ti, Guida!
Que dizer?
Sempre com esse ar de miúda...
Grande amiga de há muitos anos,
Trinta anos? Sim!!!....Temos assim tantos?...
Grande mulher
Amiga de todas as horas
Grande companheira
E depois...
Percursos mano a mano...
Escuteiros, casamento no mesmo ano
...maridos irmãos
Passámos a cunhadas...!
Primeiros  filhos, nascem no mesmo ano
Segundos filhos, nascem no mesmo ano
Terceiros filhos...o teu nasce uns anos mais cedo!
As nossas filhas mais velhas, na mesma turma
até ao 9º ano...
Os nossos filhos do meio, na mesma turma
até ao 9º ano.... Grandes amigos, juntos nos escuteiros
na música, nos teatros, nas eternas brincadeiras...
 Sempre juntos, adoram-se aqueles dois!...
Aqueles quatro, aqueles seis...
Quem sai aos seus... 
Férias grandes, Natal, Passagens de Ano,
Passeatas 'lá por fora', a quatro ou a dez...
Fins-de-semana grandes, jantares de amigas,
semana de 'meninas' nos Estados Unidos...
Sempre de coração e portas abertas:
Jantares de Sábado na vossa casa...
Para os amigos, a família
os amigos dos filhos e sobrinhos,
os amigos dos amigos...
Depois as doenças, momentos  difíceis, dolorosos
perdas irreparáveis para os dois lados
e aqui deixa de haver 'lados'
E cá estamos nós outra vez amiga...
Ainda no mesmo barco!
Sempre a andar com a alegria
e toda esta força que só os fortes laços
de amizade podem sustentar
com a certeza que só desta maneira
vale a pena abraçar a vida
que nos vai nascendo
dia após dia...

PARABÉNS GUIDA :)

domingo, 19 de dezembro de 2010

18 de Dezembro de 1966

Parabéns querida cunhada :)

Ana

Já passou o dia mas as palavras,
essas têm sempre que ser ditas.
A ti, muitos anos de vida
com essa contagiante energia
amizade incondicional
cozinhados deliciosos...
e sempre perto de mim
de todos nós
que precisamos tanto de ti!




Casinha das bonecas

 

Gostava tanto de viver aqui
nesta casinha encantada
 janelas pequeninas
abertas de par em par
 roupa lavada de branco 
estendida  perto do céu
assim seria eu...


sábado, 18 de dezembro de 2010



Maria Gabriela


O meu mundo cá de dentro foi-se edificando 
 sob este olhar que se fixava em nós assim
 sempre em forma de brilho eternizado




Fotografia: Mãe 
Fotógrafo: Pai
Ano : 1963

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010



Eu era ainda Inverno


Eu era ainda Inverno mas  não sentia já
aquele  frio de queimar o rosto e as mãos.
Era assim como se o tempo que
inexoravelmente passou por mim 
 tivesse imunizado o meu corpo 
contra as frequentes oscilações de humor
da chuva caprichosa do vento assobiado
 nas copas das árvores.
Eu era ainda tempo de gélidos amanheceres
mas  já não sentia  aquele frio constante
que arrasta consigo degelos de depressão
derramada silenciosamente
entre o vazio dos sentidos 
que sempre traz consigo o soluço
da solidão cravada pelo silêncio
de quem se retira como uma sombra
que não deixa rasto! Nem um beijo manso
nem um abraço demorado


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010



 


Oiço
 Sei que oiço dentro de mim
um ténue pulsar desassossegado 
que me baloiça levemente
e bate descompassado
não sei se dentro do meu coração
se um pouco mais longe
em outro lugar mais recatado
sei que tenho comigo um som assobiado
que me desinquieta me desperta do sono
antes silencioso antes tão desejado
 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010




A suavidade que transparece
desse olhar que nada procura
aplaca mares revoltosos
apazigua furacões
faz renascer os sentidos
devolve-me em ondas
à vida

terça-feira, 14 de dezembro de 2010




       
"Entre os teus lábios
é que a loucura acode
desce a garganta,
invade a água.

...No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha

Eugénio de Andrade



segunda-feira, 13 de dezembro de 2010




Para o JOÃO MENÉRES

(E para todos os que gostam de ballet)


Na inocente perseguição de um sonho


que  começa assim  pequenino
em laivos de doce cor-de-rosa...


domingo, 12 de dezembro de 2010




No silêncio do teu silêncio
o vazio estrondoso
do rio que seca
sem retorno e sem ruído


sábado, 11 de dezembro de 2010







Eu hoje tinha
sonhado para ti
uma braçada 
de flores do Outono
ainda desmaiadas de cor
ainda rodopiando devagar
à mercê do imperceptível
assobiar do vento

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010



 



A Luz  que me guia nasce dentro de mim e
    a cada dia  guardo interiormente uma vela acesa
onde sustenho a chama como a própria vida.
A luz que nasce em mim foi aprendida
 nos caminhos em que me fui insinuando
nos medos que fui desbravando
nos reencontros com a paz
 que fui muito devagarinho
reconquistando


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010





Quem foi que disse
que os pés
têm que estar
bem assentes na terra?!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010



Há dias assim, escuros como breu!



Em que a noite nunca  dá lugar ao amanhecer
em que o preto e o cinzento em nós se degladiam
em que os sentidos endurecem na melancolia
numa total e dolorosa ausência  do azul!


terça-feira, 7 de dezembro de 2010




Os olhos não ganham rugas

há olhares que brilham sempre
intemporais e imunes
às intempéries de uma vida

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


Under my skin



Não sei  onde procurar-te
nem sei o que  fica em mim
na ausência desta procura cega
que acalento no mais desconhecido
 incompreensível  recanto do meu ser
trémulo vacilante  hesitante e efémero.
É no momento em que me desligo
destes contornos que me dão forma ao corpo
e deste rosto que me identifica
que parto enfim sem horas sem destino
 sem invólucro para enfim te procurar
já despida de tudo aquilo que me desconecta
do essencial desta procura de ti
pelo anoitecer de todas as coisas.
É então nas minhas mãos onde seguro
 todos os meus sentidos que te encontro
e te guardo sem pensar.
É afinal aqui  na pele das minhas mãos
na pele  da minha pele que também tu
me procuraste para intemporalmente ficar







domingo, 5 de dezembro de 2010


E se eu quiser que seja Verão?


Quem me impede de fazer a travessia
de navegar para o outro lado
de me deixar transportar além ria
Quem me impede de me abandonar
de olhos cerrados e sentir o sol ardente
inventar calor dentro de mim
esvoaçar palavras ao vento
desmanchar estações do ano
reinventar o tempo ?

sábado, 4 de dezembro de 2010


Enquanto dormias...



Eu permanecia acordada e olhava para ti
e pensava nos dias em que sonhavas
que a vida não acabava aqui e que por isso
um dia quando viajasses de avião
 haverias de ver a avó sentada numa nuvem
a baloiçar as pernas alegremente
à espera de te ver à janela
para te mandar mil beijos e dizer adeus !

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010




" Há viagens que temos que fazer dentro de nós.
 Nelas encontramos vivências, lugares,
 afectos desaguados em estranhas penumbras de nada;
este, aquele, o outro, num tempo que às vezes não liga,
 como uma fiada de pérolas,
tudo isto que habita cá dentro
e vai e vem, vai e vem."

Mª João saraiva
in, A Dor Que Me Deixaste