Eu às vezes...
... não assento bem os pés no chão e sinto-me longe de tudo o que conheci até hoje. Ausento-me do meu corpo como se dele não fizesse parte e vagueio para perto de tudo aquilo onde nunca terei oportunidade de chegar. E são tantas essas coisas, muito mais do aquelas que poderei agarrar com estas minhas mãos ávidas de tudo sentir.
Sinto já latente a falta do tempo que não terei, sinto já no peito a ânsia de abraçar e de guardar em mim todos aqueles que amo e ainda os que gostava de poder amar. Sinto o fascínio de sorrisos e de destinos distantes e a vontade de os percorrer. Sinto a falta das palavras que não poderei dizer, sussurrar ou escrever.
Queria levar sempre a música nas minhas deambulações para me encher o coração da plenitude que eu não consigo atingir na minha condição de simples Ser Humano.
Queria levar comigo o mar e encher-me para a eternidade de sonhos de sereias, piratas, naufrágios e ilhas paradisíacas...Eu, às vezes!