Perco-me do tempo que já passou pelas minhas mãos
para ser apenas um calor do corpo intenso e intemporal
sem rugas sem mácula sem sombras e sem medo do vazio
encho-me com a melodia suave dos teus dedos vagarosos
e esqueço-me outra vez do tempo que vence o prazo de validade
e não preciso de voltar atrás porque não há percursos perdidos
o meu caminho é o acordar de cada dia sem as rugas que marcam o relógio
o meu caminho faz-se leve sem o peso dos anos que dizem que já passaram
o meu caminho faz-se leve e de pés nús no silêncio da tua e da minha pele