Estava um sol radioso, as crianças corriam e riam de alegria, os casais, de mãos dadas, faziam a sua caminhada semanal. Era um dia de primavera há muito desejado e ninguém escondia a sua felicidade. Eu andava deitada em cima da relva, com a máquina fotográfica em posição, à espera de "agarrar" umas pequenas flores amarelas que teimavam em ficar mal no retrato...foi então que olhei para o lado e ali estavas tu, a preto e branco, sozinho e a preto e branco e à tua volta tudo era prenuncio de escuridão! até as flores amarelas se tornaram cinzentas. A solidão era estrondosa, produzia um ruído triste, forte, triste e forte. Olhavas para o infinito e lembravas-te do tempo em que os teus filhos ainda vinham, em que o teu amor encostava a cabeça no teu ombro e não era preciso mais nada...olhavas o infinito e olhavas de novo e eu ali contigo a querer dizer-te "eu estou contigo", a querer gritar-te, "eu estou contigo", sem saber explicar-te como isto aconteceu, a verdade é que estive todo o tempo contigo...