domingo, 28 de novembro de 2010


Recordo muitas vezes com saudade
aquele tempo da minha vida em que o tempo
ainda não contava para nada! Passava-o na RUA
a jogar à bola com os meus irmãos e amigos.
Era aquela rua que ficava por cima da minha casa
e onde só passava um carro de meia em meia hora.
Éramos muitos e morávamos todos ali no 'bairro'.
Saiamos de casa logo depois do almoço
e só voltávamos quando começava a escurecer
e se ouvia uma voz vinda de uma varanda próxima:
-  Ó Henriiiiique, anda jantarrrrrr.
Era  o sinal de  uma mãe para o regresso de todos.
Não havia telemóveis, não havia trânsito e
a televisão não nos prendia em casa!....

8 comentários :

João Menéres disse...

Ai que saudades deves ter, RUTE !...
Eu nunca joguei a bola na rua...
Depois das aulas no colégio (3ª e 4ª classe) íamos até ao campo do Leça Futebol Club dar uns chutos.
Nunca tive jeito para tal.
Hoje, os netos dos 5 aos 11 anos, fintam-me no relvado aqui em casa com a maior das facilidades !
Também o coração não me permite correr...


Gostei da RUA e do modo como a descreves.
Ó Henriiiiiique, anda jantarrrrrr.

Um beijo.

Rute disse...

João

...Eu também não jogava nada de jeito...mas jogava na mesma! Foram tempos realmente muito felizes, de grande brincadeira e sem preocupações de qualquer espécie. Tenho alguma pena que as nossas crianças de hoje já não saibam o que é brincar na rua, sem medos e sem restrições! vivemos outros tempos, estamos de facto noutra era às vezes, algo assustadora!

1 beijinho

Yanneck disse...

Rute:
É claro que me lembro destes tempos e da liberdade que tínhamos (mesmo no tempo em que não a havia - queríamos lá saber da ditadura...).
A rua era o campo de futebol (as pedras da calçada eram os postes e motivo de muita discussão na hora de contar ou não com um golo), os jardins eram os esconderijos ideais para os longos jogos de escondidas (é certo que tínhamos o sr. Silva à perna) e todo o bairro era o nosso mundo.
O Henrique era o primeiro a jantar e mal soava o toque para o Henrique sabíamos que, mais cedo ou mais tarde, outros nomes eram chamados a uma qualquer janela. Independentemente do nome a resposta era a resposta inevitável:
- oh mãe!!!! Só mais 5 minutos!!!
E os cinco minutos davam para mais 3 ou 4 chamamentos (com tons de voz bem diferentes!!!!):

Beijo cheio de memórias

Rute disse...

Yanneck:

...já nem me lembrava do Sr. Silva!!!...sempre a gritar e a correr atrás de nós para sairmos de cima dos canteiros... :).
Bons Velhos tempos! ;)

1 beijinho

Anónimo disse...

... e eu era a que jogava melhor!: "Ó menina, saia-se, saia-se! " - diziam os meus irmãos. E eu, atrapalhada, nervosa, sem saber o que fazer na baliza, olhava para eles, para o avançado que crescia para mim... e saí-me, da baliza....! Granda golaço e os irmãos a cair-me em cima de fúria!
teresasol
(tenho a impressão que isto já não vai lá sem um jantarinho...)

Rute disse...

Teresasol

Pois...dá-me ideia que não... ;)

Bjinhos

Remus disse...

Na minha infância nunca tive de jogar futebol na rua. Porque tinha a sorte de ter um campo agrícola semi-abandonado mesmo perto de casa, e que era perfeito para jogar à bola. Até chegamos ao cumulo de fazer as linhas de demarcação do campo de futebol com cinza tirada das nossas lareiras. É claro que colocar cinza em terra, é quase a mesma coisa que escrever com tinta branca numa folha branca. :-)
Para mim, a rua só servia para andar de bicicleta! :-P
Mas de resto era tudo igual... A primeira chamada para ir para casa, nunca era respeitada. Só quando a chamada era feita com o primeiro e segundo nome, é que o caso mudava de figura... :-)
Bons momentos!

Rute disse...

Remus

...Essa da cinza das lareiras para demarcar o campo de futebol...é linda:) Aposto que mal viravam costas para ir jogar, elas desapareciam logo, qual pássaros irrequietos... .
São momentos que nos ficam para sempre e que por isso nunca chegam a ser passado.

1 beijinho