Da primeira vez eras compasso de
música
e eu incrédula, no espanto de quem
vê a brisa
assobiar quente ao meu ouvido
em jeito de sol maior.
Sim, da primeira vez ludibriaste
os meus sentidos
Com esse teu assobio baixinho,
musical
de brisa ondulante e terna.
Mas depois virias a erguer a tua cabeça
e a olhar fixamente o meu infinito
enquanto eu olhava o teu
e ambos compactuamos com a eternidade
e o sangue ferveu-nos nas veias
sem eu saber
e ainda assim fui crédula e
trouxe-te comigo
e tu tocaste vagarosamente
com as tuas mãos no meu rosto
e de seguida procuraste guarida no
meu peito
e a brisa voltou como da primeira
vez, ondulante
a ludibriar-nos novamento os
sentidos
a conjurar para que não voltassemos
a fazer o caminho para trás
1 comentário :
Bonita composição e belo poema. Com um pouco de imaginação, acho que nesta fotografia o mar está a deitar a língua de fora.
:-D
Será que o ano de 2019, vai ser o ano de retorno da Rute à escrita e à fotografia?
Será? Eu espero que sim...
;-)
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