Não conhecia o corpo inteiro na singularidade
Absoluta,
Intimamente imerso na tarefa oculta
E vital,
Preso apenas a uma causa ínfima
E involuta,
Distinta carcaça simplesmente esfumada e frugal.
Não ouvia o silêncio por dentro da porta
Sem motivo aparente,
O voo rasante da alma como o som do violoncelo
Pela tarde morta,
O fim sereno estendido a um desejo insolvente,
Numa quietude expectante,
Perfeito paciente do tempo constante.
Sinto só este composto único de direcções
No grande universo de relações.
Um dever maior, um aproveitamento eficaz
Da missão de paz
Tão clara e suficiente que me é pessoalmente conferida,
A necessidade de estar e uma confrontação
Definida.
Tenho a certeza que o tempo é assim um traço fundo
Pela interioridade,
Uma estrada sem princípio nem fim, uma vida a correr parada
Pela eternidade.
* Texto de Paulo Amaral
4 comentários :
Aiiiiie!
Mas o que vem a ser isto?
Quem é "este Paulo Amaral"? A Rute apanha-se de rédeas soltas e já anda a fazer duplas com "esse Paulo Amaral"!
Ele é mais bonito que eu... Não é?
Ele é melhor que eu... Não é?
Ele... Enfim, vou ficar aqui a cuidar das minhas feridas. E se calhar, até vou trocar a Rute por três de 20! E depois é que vamos ver como é que elas cantam!
:-D
O que vale é que a dupla esteve em sintonia.
A Dr.ª Rute fez uma bela fotografia e o "tal Paulo Amaral" domina as palavras com grande mestria.
A foto está linda, vêem-se com toda a nitidez e precisão todos os galhos, até ao mais pequeno. Maravilhoso pôr-do-sol.
adorei o último paragrafo!!! bom texto
e uma foto com as lindas cores do por do sol, muito bem conseguida!
Um pôr do sol fantástico, em que cada detalhe ficou bem registado.
O poema foi muito bem escolhido!
Beijinhos Rute
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