segunda-feira, 22 de julho de 2013

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O ENTERRADO VIVO

"É sempre no passado aquele orgasmo,
é sempre no presente aquele duplo,
é sempre no futuro aquele pânico.

É sempre no meu peito aquela garra.
É sempre no meu tédio aquele aceno.
É sempre no meu sono aquela guerra.

É sempre no meu trato o amplo distrato.
Sempre na minha firma a antiga fúria.
Sempre no mesmo engano outro retrato.

É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.

Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência."



Carlos Drummond de Andrade

4 comentários :

Remus disse...

Enterrado vivo?
Mas que raio de pensamento/ideia. Até estremeci todo...
:-|

Da fotografia, está belíssima. Esta "brincadeira" de várias profundidades resultou bem. E diria que a água ficou no mínimo resplandecente.

Marina Linhares disse...

Passando e deixando um beijo, Rute.
Muito trabalho ultimamente, o que é muito bom. Novos projetos.
Ótimos posts no seu blog.
Voltando em breve.

ZEKARLOS disse...

Muito bem Rute, grande foto, muito bem trabalhada. bjs

Cla Leal disse...

Também amei, assim como estou adorando te encontrar novamente!!