Não há nada como trabalhar com crianças para estar sempre a aprender e a pensar em questões que nunca se nos haviam colocado antes. Ora digam lá se tenho ou não razão..
Estava eu sentada na minha cadeira amarela da biblioteca da escola, quando sou abordada por um menino do 1º Ano que me pergunta : " Rute, os livros crescem?
quarta-feira, 6 de maio de 2009
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8 comentários :
Olha Rute, não deixes esse miúdo entrar mais na biblioteca, nunca se sabe o que vem a seguir!:)
Agora fora de brincadeiras: ganda pinta!
Respondeste, ou disseste qualquer coisa assim: olha Manelinho vamos mas é almoçar antes que se faça tarde...
(nós não somos como os livros, tu e eu ficamos quase na mesma desde os 10, 12 anos de idade... não chores, tem calma, Rute!:))
Crescem, crescem - diz lá à criança. Sempre que são lidos, dão um "pulaço"; mas, se ninguém os adubar desse modo, correm sério risco de minguar, mirrar, desaparecer e cair no esquecimento.
O segredo é lê-los... e com amor.
Clarice
Já não me lembro bem o que é que respondi ao miúdo... mas lembro-me, isso sim, de ter ficado boquiaberta a olhar para ele uns bons 30 segundos. A minha reacção também teve a ver com o criança em questão que, digamos, não prima pela perspicácia. Pensando bem acho que lhe disse que não, que não cresciam, pois acho que não entenderia outro tipo de resposta.
Lady: Pelo que disse à Clarice, já deves ter percebido que não lhe poderia dizer que os livros crescem, porque se o fizesse ele iria lá no dia seguinte medir alguns deles com uma régua...
Beijinhos para as duas
Rute, se lhe tivesses respondido que sim, que os livros crescem e o miúdo lá voltasse no dia seguinte ... lembravas-lhe que as réguas não servem só para medir!:)ias ver, nunca mais te falava em livros, nem te fazia dessas perguntas mesmo "parvas"... :)
Se lhe dissesses que às vezes crescem tanto que deixam de nos caber em casa, talvez ele se assustasse. Seria, porventura, melhor explicar-lhe que crescem connosco porque nos ajudam a ficarmos grandes, como quando bebemos leite.
Livros não crescem assim muito, mas as palavras, ui, ui, é começar a debitar, com mais ou menos disparate, mais ou menos inteligência e argúcia, hoje em dia há cada vez mais gente a escrever. Os livros podem não crescer, mas um diário moleskine cresce :D Ah, e um blog também. Mas presumo que o teu aluno ainda não tenha o Magalhães para perguntar isso. Ou então está no prego. Ou já lhe deu um pontapé a ou vir a música dos Xutos LOL.
Não prima pela perspicácia?! Que injustiça, dizeres isso a uma criança que conheces desde nascença!
Ele é é muito perspicaz...
tá muito à frente...
ele é que a sabe toda... atão não crescem, olha para o exemplo do livro do Pê, aquilo não pára de crescer!
E eu até percebo pouco disto mas tal como o Aníbal Meireles refere, também me lembrei logo dos blogues e outros diários online tão na moda (Hi5;My space,orkut)...
Acho que deves ter esse miúdo debaixo d'olho e começar a encaminhá-lo para leituras mais profundas...livros que cresçam com ele (ora lá está!)
Por exemplo pode começar por requisitar "O menino que devorava livros"...
Guida
Víctor :
Talvez lhe pudesse responder isso que escreverte porque é muito bonito e acima de tudo, muito simples, mas mesmo assim, não sei se ele entenderia, pois o mais certo é nem leite existir lá por casa...
Aníbal :
É verdade, as palavras crescem que se fartam e depois transformam-se em frases e estas por sua vez em livros, ou não! podem permanecer apenas frases...
Quanto ao menino em questão.. tá tudo dito, nesta conversa, claro!
Guida:
Estás a gozar comigo, certo?
Pois saberá ele ler já alguma palavrita, mesmo "ita" que seja? Vou ter que averiguar isso, ai vou,vou!
1 grande beijinho para todos
P.S - De toda esta conversa retive como mais importante que, de facto os livros não crescem, mas sem dúvida nenhuma, eles fazem-nos crescer.
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